quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Janelas Inúteis




Janelas inexistentes
Como bocas escancaradas,
Desdentadas,
Inúteis,
Nas tristes fachadas destruídas.

As folhas de suas venezianas
Há muito não existem mais,
Restando apenas os espaços
Que as abrigaram.

Um dia, fechadas e belas,
Velaram os sonos, os sonhos,
Os muitos amores que acolheram.
Esconderam também os dramas,
As lágrimas, os erros
E os desenganos,
Dos que elas protegeram.

Abertas, por elas se escoaram
Os risos, os sons, as músicas
E as alegres conversas
Dos seus moradores.

Hoje, sem serventia,
Esses vãos
Ilustram as fotografias
Dos curiosos visitantes.
E essas fotos
Os levam aos tempos idos
De vidas
Que um dia,
Valeram a pena.


Nazareth Peres

Juntei o que aprendi nessas 3 oficinas para produzir esse texto ilustrado:

1- Oficina Internet – Blog - SESC Belenzinho – Orientador Francisco Arlindo Alves - 23/novembro/2011
2- Oficina de Literatura - Poesia - Orientador Heitor Ferraz Mello - nov/dez/2011
3- Foto minha, de ruínas de casa antiga na Vila Maria Zélia – Belenzinho São Paulo - SP - Tirada para a Oficina: "Fotografia - O Belém que se lê". SESC Belenzinho - março/2011 - Orientador João Correia Filho.
Em 2011 - Fiz várias oficinas de Literatura com: Nelson de Oliveira - Marcelo Carneiro da Cunha - João Anzanello Carrascoza. De cada um deles colhi preciosas informações para melhorar minha escrita. Muito obrigada por tudo!

Um comentário:

  1. Retrato sensível em palavras da realidade. Poesia da vida para aqueles que sabem 'ver com a alma'...Imagens lindas, tristes do que ocorre na transitoriedade que todos vivemos.
    Mirna Cavalcanti.

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