QUESTÃO
DE FÉ
Eu me encontrava na frente do
santuário do bairro em que morei e que frequento desde os meus tempos de
menina, lá na Vila Formosa.
Muitas pessoas circulavam por ali e
havia um ar festivo no local.
Entrei na igreja lotada e fui até a
imagem de Nossa Senhora do Sagrado Coração.
Ela estava colocada à esquerda de
quem entra, no presbitério e era a imagem original, com dois metros e trinta de
altura entalhada em madeira, como já esteve há muitos anos, numa das
concorridas festas religiosas, bem perto do povo e não lá no alto como sempre
está.
Só uma vez essa imagem foi
retirada do seu pedestal no centro do
altar-mor e colocada de volta, donde não
mais saiu.
Eu via os devotos em oração
ajoelhados aos seus pés. As demais
pessoas estavam sentadas nos bancos ou de pé, nos corredores, aguardando o
início da cerimônia.
Subi ao altar, passando por trás de
Nossa Senhora. Ninguém estranhou ou reagiu à minha presença.
Com
a minha mão esquerda, rocei de leve o seu finíssimo manto azul, sentindo
a sua textura.
Nossa Senhora voltou-se para mim e
estendeu-me a sua mão direita, a que segura o coração do Menino Jesus.
Percebi que só eu via Nossa Senhora
se inclinando para eu alcançar a sua mão, que ela havia soltado do coração do
seu filho, sentado no seu braço esquerdo.
Na imagem, com o indicador da mão
direita o Menino aponta para ela.
O significado deste gesto, segundo
os criadores dessa representação, é que a mãe segura o coração do filho e este
indica Maria como nossa intercessora.
Todas essas informações passaram
pela minha lembrança, no instante em que toquei a ponta dos dedos da imagem.
Ela era de verdade. Uma pessoa real.
Nossa Senhora tinha o rosto sereno e
bonito, como é na sua representação por
mim tão conhecida.
Falou-me baixinho movendo os lábios
vagarosamente: “Você terá todos os seus problemas resolvidos”.
Tive a certeza de que uma das minhas
mais constantes súplicas seria atendida.
Em seguida, Nossa Senhora sorriu
para mim e piscou levemente o olho direito, como em cumplicidade.
Pensei: “Meu segundo pedido também
terá atendimento, e tem a ver com um dos meus genros”. Por quê? Não me ocorreu
o motivo.
Ela voltou-se para a sua posição
original. Ninguém mais percebeu o que o que havia ocorrido. Só eu vi. Saí do
santuário tranquila e feliz. Quanta paz
no coração!
Decidi: “Vou voltar para a minha
casa”. Sabia que a família com certeza, iria duvidar e discutir o acontecimento
miraculoso que eu relataria.
Ainda no adro da igreja, como já fiz muitas vezes no Santuário da Vila Formosa, parei e
olhei para trás vendo a multidão que circulava por ali.
Abri os olhos e acordei. Eram seis
horas da manhã e eu estava em minha cama, no meu quarto.
Foi um sonho tão cheio de
significado e tranquilizador, que não será esquecido.
Quem explica?
Questão de Fé!
Um sonho tão real!
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