Pontualmente,
Às cinco horas
Sou despertada,
Todos os dias.
Não sei
O que faz a vizinha,
Manter no seu quintal
De oito metros quadrados,
Um galo madrugador.
Talvez saudade de outros tempos,
Da casa no meio do campo,
Das galinhas ciscando no terreiro,
Dos pintinhos piando
À volta delas,
E do galo soberbo,
Senhor absoluto do ambiente.
Moro numa praça urbana
Perto do centro da cidade.
As casas estão lado a lado
Sem terrenos vazios entre elas.
Há uns três meses
O galo da vizinha
Me atormenta,
A mim e à vizinhança.
O canto estridente
Se repete a tempos regulares,
Todas as madrugadas.
Incomoda a todos nós,
Que não tivemos ainda
A coragem
De chegar até a dona da ave
E lhe cobrar uma solução.
Quem poderia imaginar
Viver esse drama citadino
Nos dias de hoje
E difícil de resolver?
Nazareth Peres
Oficina de Literatura - Poesia - Com Heitor Ferraz de Mello
SESC Belenzinho - nov/dez/2011
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